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  • Writer's pictureAna Carolina Torquato

Margaret Atwood e sua obra multifacetada


Margaret Atwood, uma renomada escritora canadense, é uma figura literária de extrema importância, conhecida por suas narrativas provocativas e sua exploração corajosa das complexidades sociais e humanas. Sua obra vai além das páginas, desafiando as normas e provocando reflexões sobre o mundo contemporâneo.  Atwood é amplamente reconhecida por sua habilidade de criar distopias e mundos alternativos que espelham questões críticas da sociedade. "The Handmaid's Tale" (O Conto da Aia), por exemplo, oferece uma visão perturbadora de um futuro dominado por opressão e patriarcado, levantando questionamentos sobre poder, gênero e autonomia das mulheres.  Sua obra também inclui romances como "Alias Grace" (Vulgo Grace) e "The Blind Assassin" (O Assassino Cego), que mergulham nas complexidades psicológicas de seus personagens, enquanto exploram temas de memória, identidade e narrativa. Atwood é uma contadora de histórias habilidosa, capaz de entrelaçar camadas de significado em suas tramas.  Além de sua destreza narrativa, a importância de Atwood reside em sua coragem de abordar tópicos sensíveis e sua capacidade de transcender gêneros literários convencionais. Sua obra desafia as fronteiras do romance, da ficção científica e da sátira, convidando os leitores a refletirem sobre as complexidades do mundo ao seu redor.  Margaret Atwood é muito mais do que uma escritora; ela é uma voz crítica e visionária que ilumina as sombras da sociedade e nos incita a considerar o presente e o futuro de forma mais perspicaz. Sua influência duradoura é evidente não apenas em suas palavras, mas também na maneira como suas histórias ecoam nas discussões sociais e políticas contemporâneas.

Margaret Atwood é uma das escritoras mais aclamadas e influentes da literatura contemporânea. Nascida em 1939 no Canadá, a autora começou a publicar em 1960. Desde então, produziu uma obra vasta, que abrange romances, contos, poesia e ensaios e é caracterizada por uma escrita provocativa que explora temas sociais e políticos.


Revalorização de gêneros "menores"

Atwood busca revalorizar gêneros textuais que a crítica literária havia tradicionalmente desdenhado, como a ficção científica ou o romance policial. Por exemplo, Oryx and Crake (2003) emprega uma complexa estrutura narrativa para pintar um retrato perturbador da biotecnologia do futuro. Já Alias Grace (1996), explora a mente de uma assassina no século XIX através de uma história real. Os elementos investigativos enfatizam como a falta de controle sobre suas vidas impelia as mulheres a situações de desespero.

O cunho feminista de sua obra

As obras de Atwood são conhecidas por seu cunho feminista, retratando as lutas das mulheres e inspirando discussões importantes sobre igualdade de gênero. Talvez o melhor exemplo disto seja The Handmaid's Tale (1985), o romance distópico em que mulheres são subjugadas e circunscritas à reprodução. Sua continuação, The Testaments (2019), continua a retratar as vidas das mulheres sob um regime totalitário e reforça a importância da solidariedade entre mulheres. Já The Penelopiad (2005), desafia convenções ao reimaginar a história da Odisseia pela perspectiva de Penélope, a esposa do herói ausente.

Uma contista refinada

Atwood também é mestra da ficção breve. Seus contos apresentam personagens vívidos e enredos surpreendentes, mesmo em um espaço limitado. Um exemplo notável é Happy Endings, em que a autora desconstrói as estruturas tradicionais e explora múltiplos desfechos possíveis. Cabe ao leitor definir o direcionamento da leitura, como se montasse um quebra-cabeça. Esse conto brilhante desafia as expectativas do leitor, ao mesmo tempo em que ridiculariza a previsibilidade das histórias convencionais.

A importância de Margaret Atwood e Alice Munro no cenário literário é inegável, não apenas por suas contribuições únicas para a literatura, mas também por sua amizade notável que ressoa nos círculos literários.  Margaret Atwood é conhecida por suas narrativas distópicas e explorações corajosas das complexidades sociais. Sua obra, como "The Handmaid's Tale," lança luz sobre questões cruciais de poder, gênero e identidade. Alice Munro, por outro lado, é aclamada por suas histórias curtas que capturam as nuances da vida cotidiana e as profundezas da experiência humana.  A amizade entre essas duas escritoras icônicas é um testemunho da conexão que a literatura pode criar. Compartilhando raízes canadenses, ambas são admiradas por sua habilidade de sondar as complexidades da psicologia humana. Embora seus estilos literários possam ser distintos, a amizade delas é enriquecida por um respeito mútuo pela escrita uma da outra.  Sua amizade também ecoa a importância de apoio e colaboração entre escritores. Em um mundo frequentemente competitivo, a ligação entre Atwood e Munro inspira a ideia de que a literatura é uma comunidade que se fortalece quando seus membros se apoiam. O legado dessas duas autoras transcende suas palavras, refletindo uma conexão duradoura que enriquece a literatura e inspira gerações futuras de escritores.

A amizade com Alice Munro

Atwood mantém amizades com autores proeminentes, como Salman Rushdie, Ursula Le Guin, ou a ganhadora do prêmio Nobel de 2013, Alice Munro. Atwood e Munro, que são ambas Canadenses, costumam comentar os livros uma da outra, além de discursar juntas em eventos literários. Atwood afirmou ao Guardian que sua amiga "is among the major writers of English fiction of our time".


Ao lado: (Topo) Alice Munro and Margaret Atwood falam juntas no New York's National Arts Club em 2005; (abaixo) as autoras comemoram o prêmio Nobel em 2013.




Em Setembro de 2023, leremos contos de Margaret Atwood no curso Short Stories! Não perca a chance de estudar esta influente autora contemporânea.

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